Caramba...
Por graves problemas, sobretudo no que diz respeito ao que acontece fora dos
meus momentos em que eu, meu computador e minha criatividade tentam escrever
posts para vocês, não consegui postar o tradicional texto de segunda. Peço
desculpas desde já. Mas para quem gosta de música, acho que hoje teremos um bom
post. E de coisas que o Curta Música
não fala tanto. Vamos falar essencialmente de Nordeste, já que ontem (ou hoje
na data oficial do post) é registrado no calendário nacional o “Dia do
Nordestino”. Vamos a mais uma "Pernambucrônica"?
Pra
quem viu uma pequena parte da minha história musical lá no começo das nossas
atividades deve ter percebido que eu não coloquei muitos artistas nacionais no post,
sobretudo nordestinos. Decidi que iria abrir mais espaço ao que é da terra, já
que grande parte da minha maturidade musical foi atingida com artistas de
Pernambuco e adjacências. Prova disso foi o post sobre Alceu Valença.
Sempre
tive uma paixão das mais consistentes pelo Brasil. Acho que eu sou dono de uma
sorte tremenda por ter nascido aqui. O nosso país é, provavelmente, o maior
celeiro cultural do mundo. As manifestações culturais são tão ricas quanto
diferentes em todos os estados do Brasil. É como se cada estado fosse um país
esbanjando prosperidade no que diz respeito aos seus costumes. A velha máxima do “país
continental” tem a sua razão de existir. Há um desejo irreparável em mim de viajar pelo Brasil inteiro
e trazer algumas coisas legais para vocês que nos leem. Tenho até uma idéia sobre,
mas vamos voltar ao foco do nosso texto: a região Nordeste.
Ela
é incrivelmente desenvolvida em todos os âmbitos culturais. As artes plásticas,
literatura, música, dança, crenças, artes cênicas, ciências em geral... As paisagens
nordestinas dão a inspiração necessária ao povo criativo, que tomou a vanguarda
de vários ritmos musicais. O baião do “Seu Lula”, que acabou por abrir espaço
para o xote, pro forró eletrônico, o xaxado, o côco o pé-de-serra, o forró
universitário... Dominguinhos também nos deu a sua preciosa contribuição. O Manguebeat
é mais um gênero tipicamente pernambucano. Saiu da lama do underground para
conquistar a terra dos altos coqueiros, e por que não o Brasil? Ele nos deu
Chico Science, com seu som que inspirou (grandes) músicos como Lenine, Otto,
Cordel do Fogo Encantado, Mundo Livre S/A e tantos outros. Não posso esquecer
também do frevo, que além de dança, virou música popular e “impressão digital”
do povo pernambucano, assim como o cancioneiro brega, de Reginaldo Rossi e do
baiano Waldick Soriano. Outro artista baiano de nascimento, mas que tem vinculações freqüentes com a
escola pernambucana de música é a cantora Karina Buhr, considerada uma grata
surpresa da música popular.
Falando
na Bahia ela também passa longe de decepcionar. Terra de grandes cantores como Gal
Costa, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Tom Zé... A efervescência
da Tropicália num tempo onde falar ou cantar demais trazia riscos homéricos. Os
tradicionais batuques baianos com Olodum, Timbalada e Carlinhos Brown
contrastaram com o rock psicodélico de Raul Seixas e o rock em sua pura essência
com a Pitty. O axé que até pouco tempo atrás era uma febre nacional também tem raízes
baianas. Ao longo dos tempos Luiz Caldas abriu alas para Ivete, Daniela, Cláudia
e ainda outros grupos de pouca notoriedade nacional, mas que são amados por lá.
A Bahia foi bem representada no VMB 2012, uma vez que Agridoce, da própria
Pitty e do seu ex-companheiro de banda Martin, a banda Vivendo do Ócio e o
veterano conjunto Cascadura foram bem indicados e representaram o momento especial que o Nordeste
vive em todas as áreas.
Maranhão
e Ceará também são celeiros de grandes artistas. Berço do reggae brasileiro, a
cidade de São Luiz tem a Tribo de Jah como grande expoente nacional do estilo
na atualidade. Dois outros nomes também chamam atenção: a veia romântica da
cantora Alcione, a nossa eterna Marrom, e o grande Zeca Baleiro. O cearense
Fágner é tão reconhecido quanto o seu conterrâneo Belchior como um dos grandes
destaques da Música Popular Brasileira. A Paraíba de Elba e Zé Ramalho expressa
muita representatividade no cenário nacional.
Podemos
falar ainda do côco de roda alagoano, dos cearenses que reinventaram o forró
implantando elementos eletrônicos nas melodias, das colônias pernambucanas de
tecnobrega e brega pop... Sem contar as ótimas bandas de rock que permeiam o underground
nordestino em busca de um lugar ao sol. Pensando nisso fica até difícil
arranjar um modo de não amar ou se orgulhar de ter nascido aqui. É aí que se vê
que datas assim são dignas de ter um espaço no calendário. Merecia até mais. O assunto é muito vasto e cabe perfeitamente um especial sobre os grandes nomes da música nordestina. Lá vou eu entregando outras ideias para posts. kkkkk'
É
por essas e por outras que eu digo que no Curta
Música terá sim espaço para os brasileiros e nordestinos que queiram expressar o seu som, a
sua alma... Compartilhar um pouco da sua arte para que a riqueza não more
dentro de cada um, mas se espalhe e se misture. Foi assim que o Brasil e o
Nordeste se tornaram o que é hoje.
Se
você tem aquela banda ou cantor legal que você acha incrível, mas que não tem
tanta gente assim que o conheça, deixe o nome nos comentários, na nossa página
no Facebook ou envie um e-mail para curta.musica@gmail.com.
Queremos dar voz e vez aos bons e novos talentos da nossa música. Quem sabe nas
nossas linhas não aparece a nova revelação da música nacional? Abraço!
Musiquem-se!
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