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9 de outubro de 2012

Orgulho de ser Nordestino




Caramba... Por graves problemas, sobretudo no que diz respeito ao que acontece fora dos meus momentos em que eu, meu computador e minha criatividade tentam escrever posts para vocês, não consegui postar o tradicional texto de segunda. Peço desculpas desde já. Mas para quem gosta de música, acho que hoje teremos um bom post. E de coisas que o Curta Música não fala tanto. Vamos falar essencialmente de Nordeste, já que ontem (ou hoje na data oficial do post) é registrado no calendário nacional o “Dia do Nordestino”. Vamos a mais uma "Pernambucrônica"?

Pra quem viu uma pequena parte da minha história musical lá no começo das nossas atividades deve ter percebido que eu não coloquei muitos artistas nacionais no post, sobretudo nordestinos. Decidi que iria abrir mais espaço ao que é da terra, já que grande parte da minha maturidade musical foi atingida com artistas de Pernambuco e adjacências. Prova disso foi o post sobre Alceu Valença.

Sempre tive uma paixão das mais consistentes pelo Brasil. Acho que eu sou dono de uma sorte tremenda por ter nascido aqui. O nosso país é, provavelmente, o maior celeiro cultural do mundo. As manifestações culturais são tão ricas quanto diferentes em todos os estados do Brasil. É como se cada estado fosse um país esbanjando prosperidade no que diz respeito aos seus costumes. A velha máxima do “país continental” tem a sua razão de existir. Há um desejo irreparável em mim de viajar pelo Brasil inteiro e trazer algumas coisas legais para vocês que nos leem. Tenho até uma idéia sobre, mas vamos voltar ao foco do nosso texto: a região Nordeste.

Ela é incrivelmente desenvolvida em todos os âmbitos culturais. As artes plásticas, literatura, música, dança, crenças, artes cênicas, ciências em geral... As paisagens nordestinas dão a inspiração necessária ao povo criativo, que tomou a vanguarda de vários ritmos musicais. O baião do “Seu Lula”, que acabou por abrir espaço para o xote, pro forró eletrônico, o xaxado, o côco o pé-de-serra, o forró universitário... Dominguinhos também nos deu a sua preciosa contribuição. O Manguebeat é mais um gênero tipicamente pernambucano. Saiu da lama do underground para conquistar a terra dos altos coqueiros, e por que não o Brasil? Ele nos deu Chico Science, com seu som que inspirou (grandes) músicos como Lenine, Otto, Cordel do Fogo Encantado, Mundo Livre S/A e tantos outros. Não posso esquecer também do frevo, que além de dança, virou música popular e “impressão digital” do povo pernambucano, assim como o cancioneiro brega, de Reginaldo Rossi e do baiano Waldick Soriano. Outro artista baiano de nascimento, mas que tem vinculações freqüentes com a escola pernambucana de música é a cantora Karina Buhr, considerada uma grata surpresa da música popular.



Falando na Bahia ela também passa longe de decepcionar. Terra de grandes cantores como Gal Costa, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Tom Zé... A efervescência da Tropicália num tempo onde falar ou cantar demais trazia riscos homéricos. Os tradicionais batuques baianos com Olodum, Timbalada e Carlinhos Brown contrastaram com o rock psicodélico de Raul Seixas e o rock em sua pura essência com a Pitty. O axé que até pouco tempo atrás era uma febre nacional também tem raízes baianas. Ao longo dos tempos Luiz Caldas abriu alas para Ivete, Daniela, Cláudia e ainda outros grupos de pouca notoriedade nacional, mas que são amados por lá. A Bahia foi bem representada no VMB 2012, uma vez que Agridoce, da própria Pitty e do seu ex-companheiro de banda Martin, a banda Vivendo do Ócio e o veterano conjunto Cascadura foram bem indicados e representaram o momento especial que o Nordeste vive em todas as áreas.



Maranhão e Ceará também são celeiros de grandes artistas. Berço do reggae brasileiro, a cidade de São Luiz tem a Tribo de Jah como grande expoente nacional do estilo na atualidade. Dois outros nomes também chamam atenção: a veia romântica da cantora Alcione, a nossa eterna Marrom, e o grande Zeca Baleiro. O cearense Fágner é tão reconhecido quanto o seu conterrâneo Belchior como um dos grandes destaques da Música Popular Brasileira. A Paraíba de Elba e Zé Ramalho expressa muita representatividade no cenário nacional.



Podemos falar ainda do côco de roda alagoano, dos cearenses que reinventaram o forró implantando elementos eletrônicos nas melodias, das colônias pernambucanas de tecnobrega e brega pop... Sem contar as ótimas bandas de rock que permeiam o underground nordestino em busca de um lugar ao sol. Pensando nisso fica até difícil arranjar um modo de não amar ou se orgulhar de ter nascido aqui. É aí que se vê que datas assim são dignas de ter um espaço no calendário. Merecia até mais. O assunto é muito vasto e cabe perfeitamente um especial sobre os grandes nomes da música nordestina. Lá vou eu entregando outras ideias para posts. kkkkk'

É por essas e por outras que eu digo que no Curta Música terá sim espaço para os brasileiros e nordestinos que queiram expressar o seu som, a sua alma... Compartilhar um pouco da sua arte para que a riqueza não more dentro de cada um, mas se espalhe e se misture. Foi assim que o Brasil e o Nordeste se tornaram o que é hoje.

Se você tem aquela banda ou cantor legal que você acha incrível, mas que não tem tanta gente assim que o conheça, deixe o nome nos comentários, na nossa página no Facebook ou envie um e-mail para curta.musica@gmail.com. Queremos dar voz e vez aos bons e novos talentos da nossa música. Quem sabe nas nossas linhas não aparece a nova revelação da música nacional? Abraço!

Musiquem-se!

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