Meus
queridos leitores! Venho aqui de novo escrever para vocês. Desta vez vou falar
de algo que pareceu cabeça de bacalhau: todo mundo sabe que tem/teve, mas
ninguém parou para ver. (nossa que essa é mais velha que vovó!) O Rock in
Rio Madri rolou em 30 de junho e nos dias 5, 6 e 7 de julho. Adoraria ter visto
os quatro dias de shows ao vivo. Como o blog ainda dá pouco (nenhum)
dinheiro, não pude assistir in loco.
Mas nada que uma boa internet não resolva. Porém surgiu outro problema: sou
“morcegão” na internet, ou seja, os shows eram transmitidos no Brasil com uma
defasagem de 4 horas em relação à capital espanhola, com as transmissões
começando de 14:30 aqui no Brasil. Não é o meu horário, por assim dizer. Peguei
2 shows ao vivo: a performance irreverente da banda de gipsy punk Gogol Bordello
e os americanos da banda Incubus. Ambos no último dia de festa. E adorei o que
vi.
Coube
a mim assistir o restante dos concertos disponíveis pelo Youtube (esse pode
fazer propaganda. É da família já kkkkkk’). Não me arrependi. Como um todo
o festival foi bem satisfatório. Boas e variadas atrações levantaram as mais de
180 mil pessoas que compareceram ao evento, que não teve só música. Como ocorre
aqui também, a terceira edição do Rock in Rio Madri teve tirolesa, castelinho
inflável, vários stands, karaokê e uma mini clínica de estética, além da ampla
área de gramados para sentar, comer alguma coisa e conversar com os amigos.
Trarei para vocês um resumo de bolso sobre tudo que rolou no Palco Mundo da Arganda
Del Rey nos quatro dias de festa. Confira:
Dia
1: 30 de junho
Como
é tradição nas edições do festival, várias bandas do país-sede são chamadas
para tocar, mas uma banda local invariavelmente abre os trabalhos no palco
principal. A escolhida da vez foi a banda Macaco.
O conjunto de reggae radicado em Barcelona, mas que possui músicos de várias
nacionalidades - um brasileiro inclusive - evidenciou a empolgação característica de quem abre um evento
como esse.
O
cantor El Pescao se apresentou logo
em sequência. David Otero Martín é conhecido por ser muito próximo do seu
público-alvo, fator este que alavanca a sua popularidade. Ele também é conhecido
por fazer concertos on-line para 2 ou até 6 mil pessoas. Seu estilo musical é
mais associado ao Pop Rock, muito praticado pelos artistas contemporaneos espanhóis.
Grupo
espanhol que tem raízes em Murcia, Maldita
Nerea foi a atração seguinte na Arganda Del Rey. O Pop Rock do conjunto
liderado por Jorge Ruiz também fez parte das atrações locais voltadas mais para
o público espanhol, enquanto os turistas visitavam os stands e andavam pela
Cidade do Rock. Os que ficaram puderam presenciar uma parte importante da
cultura musical espanhola na atualidade.
Logo
em seguida a banda La Oreja de Van Gogh
adentrou ao palco. Também local, o grupo, que tem a bela Leire Martínez nos
vocais (que por sua vez é MUITO parecida com Amaia Montero, ex-vocalista
desta banda. Vejam mais adiante). Ex concorrente do The X Factor, Leire foi
aprovadas nos testes para ser a substituta de Amaia. Em 2008 já começou a trabalhar
com a banda de Pop Rock e, pelo visto, esta relação não tem data de validade,
já que o conjunto parece se entender muito bem no palco. Enquanto os locais se
apresentavam, outros espectadores visitavam os stands, brincavam e eventualmente
iam ver os shows, que tiveram bom público. Mas todos estavam esperando os dois
destaques da primeira noite.
Eis
que o show mais esperado da noite se avizinhava. Quando Lenny Kravitz entrou no palco, todos queriam ver o desempenho do
cantor americano e quais músicas ele havia preparado para a noite de estreia do
festival. Com uma proposta mais de divulgar o seu novo trabalho que de empolgar
o público com os seus sucessos, Lenny satisfez a plateia da Arganda
Del Rey. Mas um destaque internacional como ele só poderia ser ofuscado por uma
banda... E foi ela que subiu no palco momentos depois.
Só
uma banda consolidada mundialmente, que “falasse a língua da terra” e que
tivesse bons músicos ofuscaria Lenny. A banda mexicana Maná reunia todos estes atributos e enlouqueceu os espectadores no
Palco Mundo. Fher Olvera e seus músicos cantaram todos os seus hits para o
público espanhol, que em momento algum parou de cantar junto com o artista. O
auge do show foi quando a banda cantou “Mariposa Traicionera”. O público
cantou, chorou, berrou... A banda pode ter certeza de que saiu do palco com a
missão cumprida. Não deveu nada ao show anterior. Foi até superior, na minha humilde opinião. Muito bom mesmo.
Para
fechar a noite de grandes emoções para o público espanhol, o DJ Luciano colocou
um pouco de música eletrônica na Arganda Del Rey. Destaque na Espanha, o DJ chileno deu
por encerrada a noite essencialmente voltada para os nativos da Espanha, que
conseguiram ver boa parte dos seus artistas de sucesso na atualidade em ação. Lucien Nicolet tem seu som associado frequentemente ao Techno e ao House. Depois disso rolou uma pequena pausa, suficiente para a Espanha ver e comemorar
a vitória de sua seleção na Euro2012 realizada na Polônia e na Ucrânia. Um
breve “até logo”, já que as atividades foram retomadas no dia 5 de julho.
Dia
2: 5 de julho
O
dia 5 estava marcado para ser a volta de Rihanna ao palco da Arganda Del Rey. A
estrela principal do dia daria uma pitada de Pop e R&B em uma das noites
essencialmente dedicadas à Música Eletrônica. Mas o falecimento da avó da
cantora impediu que a musa se apresentasse em Madri pela segunda vez, já que o
desempenho no mesmo palco em 2010 rendeu diversos elogios da crítica e do público.
A
tendência era que outro artista Pop de gabarito fechasse a line-up do dia. Mas
as agendas lotadas e o pouco tempo hábil para fechar contratos (foi anunciado apenas
no dia 2 de julho que Rihanna não tocaria) fizeram com que o DJ Carl Cox fosse
chamado e fechasse uma noite essencialmente eletrônica no Rock in Rio Madri.
A
banda local El Último Vagón foi a
primeira a pisar no palco da Arganda Del Rey após a pausa nas apresentações. O quarteto liderado por Enrico
Bosco fez valer toda a sua identificação com o público e entoou as suas canções
mais famosas. Como uma aposta dos idealizadores do evento, os caras não fizeram
feio. Ainda mais se tratando do maior festival de música do mundo.
Logo
em seguida o DJ e produtor escocês Calvin
Harris veio com o status de “o cara” do segundo dia. O homem que já
produziu Ke$ha, a própria Rihanna e que tem colaboração significativa na
carreira de Kylie Minogue colocou todo mundo pra dançar. O ponto alto de sua
apresentação foi quando colocou na setlist
“We Found Love”, sucesso de Rihanna produzido por Calvin, em uma espécie de
homenagem à cantora.
Amaia Montero também foi um dos grandes shows do
segundo dia. A ex-vocalista da banda La Oreja de Van Gogh, que também tocou – só
que no primeiro dia – esbanjou talento no Palco Mundo. Ídolo incontestável na
atualidade espanhola, a cantora fez um show carregado de emoção cantando
baladas pop para quem gosta tanto de sua antiga banda quanto do projeto solo da
loira de 35 anos.
A
penúltima atração do dia foi o conjunto Swedish
House Mafia. Como o próprio nome diz, o trio é sueco e especializado em
House Music (não me pergunte a origem do “Mafia” kkkkk’). Como a House
Music é essencialmente dançante, não tem como não dizer que a Arganda Del Rey
virou uma gigantesca pista de dança. Além do mais os carismáticos artistas se aproximaram do público, fizeram mashups e entreteram bem a plateia. Diria que foi o terceiro destaque na noite
madrilenha, depois de Amaia e Calvin Harris.
Na
madrugada foi a vez de Carl Cox. O
DJ britânico e substituto de Rihanna já é figura cativa nas edições europeias
do festival. Em 2006 e 2008 ele já havia marcado presença em Lisboa e na mesma
cidade madrilenha, respectivamente. Ele acabou sendo um dos destaques do dia
colocando para tocar o melhor das praias de Ibiza, onde habitualmente toca suas
setlists essencialmente compostas por
faixas Techno. Foi um modo bem dançante de fechar o segundo dia.
No próximo post eu trarei como foram o terceiro e quarto dias do evento. Não percam, pois foram os melhores dias do Rock in Rio Madrid e deu boas ideias para a edição do Brasil em 2013. Abraço!
Musiquem-se!
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