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4 de julho de 2012

Europeus: dominando o mundo através das pickups – Parte 4: o gênero próprio


Smiley: o símbolo da cultura em torno da Acid House


Tá perdido? A gente te acha!

Parte1: introdução;

Parte2: adaptação do Rock – os EUA contra atacam;

Parte3: a herança de Robert Moog;

 

Pessoas musicais do meu Brasil! Hoje continua a série especial sobre música eletrônica. Só pra recordar: o primeiro post deu uma breve introdução sobre a música eletrônica. O segundo falou sobre a evolução dos sintetizadores (símbolos desta vertente musical) e sobre a popularização do que antes era algo apenas restrito a alguns. O terceiro falou sobre o legado que o invento de Robert Moog deixou para todos os tipos de música, não somente para o gênero eletrônico. Hoje falaremos sobre o sucesso que fez da música eletrônica um estilo próprio, sem vinculações com outros gêneros musicais.

Como foi falado no post 3, alguns músicos não aceitavam a ideia de botões substituírem cordas, batidas nos pratos e bumbos, ou sopros nos instrumentos convencionais. A música eletrônica encarou essa “rejeição” de frente e a aliou ao caráter vanguardista e de identidade forte que lhe é característico. Começava aí a música eletrônica como um gênero que não dependeria de qualquer outro para fazer sucesso. Até hoje nas festas, rádios, em casa varrendo o tapete ou na rua, como eu mesmo faço, há uma legião de incondicionais adeptos. Dentro de um gênero tão vasto e rico em sua essência, seria mais do que natural nascerem vários subgêneros da música eletrônica.

Dentre os vários subgêneros que foram criados pelas misturas de sons, os que merecem destaque: Acid House, a House Music propriamente dita e o subgênero Trance. Vale também uma menção honrosa a Disco Music, pois sem ela o gênero não invadiria o mundo com tanta força nos dias atuais. Todos estes merecem destaque, pois são os mais populares. Há quem diga que quem gosta de Trance odeia House e detesta Acid. E assim vai, mantendo a estrutura da frase, mas mudando os gêneros musicais de lugar. Isso porque cada estilo tem as suas marcas, muito embora tenham vindo da mesma “mãe”.

 

Acid House é uma vertente mais agressiva do estilo. Mantém uma relação com o House puro, mas possui elementos bem peculiares em suas composições rítmicas. O nome “Acid” vocês podem imaginar de onde é que veio, né? Do consumo de drogas popularmente difundidas em festas, como o LSD (o ácido propriamente dito) e o Ecstasy.

O som pesado que define o estilo teve um período de vida curto, sendo febre mundial (ou mainstream, como dizem os hipsters) do final dos anos 80 até o início dos anos 90. Destaque para o ano de 1989, onde o conjunto do Reino Unido New Order lançou um álbum em que influências diretas do Acid se misturavam com o Rock eletrônico já praticado no mesmo período. O álbum se chama Technique e marcou o auge da produção musical desta sub-vertente da House Music.


 

O Trance se vale de melodias progressivas e batidas repetitivas. Este tipo de música, não trabalha tanto os vocais como a House Music, além de as músicas possuírem longa duração devido à repetição de períodos dentro da mesma. Talvez este seja o fator preponderante do sucesso desta vertente em raves. Com músicas de 7 a 10 minutos em sua maioria, montar um set com 3 ou 4 horas – que facilitam a variedade musical nestes eventos - não se torna uma tarefa tão árdua. Tudo isso resulta num ritmo frenético que se assemelha a uma espécie de “transe hipnótico” geralmente associado à euforia ou ao sentimento de libertação segundo os ouvintes, dando sentido ao nome do sub-estilo.

Os principais expoentes atuais da Trance são os holandeses Armin van Buuren, considerado um dos melhores DJs do mundo e Tiësto, também um dos grandes nomes que justificam a fama dos europeus no comando de pick-ups. O alemão Paul van Dyk, também representa de forma brilhante esse gênero que está disputando adepto por adepto com outra vertente da música eletrônica.



 

Chicago foi o berço americano da música eletrônica. Foi de lá que saiu o gênero da música eletrônica que mais faz sucesso na atualidade: a House Music. Nunca se soube ao certo de onde havia saído este nome para este estilo musical, mas a versão mais aceitável é que havia uma casa noturna em Chicago, maior cidade do estado americano de Illinois, chamada Warehouse. Quando os frequentadores desta casa começaram a migrar para as outras circunvizinhas, pediam por “aquela música da Warehouse”. Daí pra “that Warehouse's music” virar apenas “House Music” foi apenas uma questão de praticidade. O fato é que o sucesso estrondoso que estas batidas conseguiram alcançar no mundo contemporâneo é algo que foge dos padrões dos outros tipos.

Se a Acid fez sucesso por 4 ou 5 anos, o gênero deste parágrafo já completou este tempo com folgas e ainda tem projeção para dobrar este período. Nomes como David Guetta – o DJ número 1 do mundo –, Alexandra Stan, Avicii, DJ Antoine, Edward Maya, Benny Benassi, Bob Sinclar, dentre tantos outros disputam a preferência atual dos amantes da música eletrônica. Uns mais, outros menos... Mas ainda acho que o Daft Punk citado lá no primeiro post da série não entra nesta lista, ainda que esteja ativo por aí. Já teve os seus dias de glória, mas foi a mais pura expressão do House em tempos.

 

 

É isso! No próximo post iremos finalizar a série especial sobre música eletrônica com o segredo para este gênero fazer tanto sucesso e dominar boa parte da programação dos rádios na atualidade. Até lá!

 

Continua...

 Musiquem-se!

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