Pessoas musicais do meu Brasil! Hoje
continua a série especial sobre música eletrônica. Só pra recordar: o primeiro
post deu uma breve introdução sobre a música eletrônica. O segundo falou sobre
a evolução dos sintetizadores (símbolos desta vertente musical) e sobre a
popularização do que antes era algo apenas restrito a alguns. O terceiro falou
sobre o legado que o invento de Robert Moog deixou para todos os tipos de
música, não somente para o gênero eletrônico. Hoje falaremos sobre o sucesso
que fez da música eletrônica um estilo próprio, sem vinculações com outros
gêneros musicais.
Como foi falado no post 3, alguns
músicos não aceitavam a ideia de botões substituírem cordas, batidas nos pratos
e bumbos, ou sopros nos instrumentos convencionais. A música eletrônica encarou
essa “rejeição” de frente e a aliou ao caráter vanguardista e de identidade
forte que lhe é característico. Começava aí a música eletrônica como um gênero
que não dependeria de qualquer outro para fazer sucesso. Até hoje nas festas,
rádios, em casa varrendo o tapete ou na rua, como eu mesmo faço, há uma legião de
incondicionais adeptos. Dentro de um gênero tão vasto e rico em sua essência,
seria mais do que natural nascerem vários subgêneros da música eletrônica.
Dentre os vários subgêneros que
foram criados pelas misturas de sons, os que merecem destaque: Acid House, a House Music propriamente dita e o subgênero Trance. Vale também uma menção honrosa a Disco Music, pois sem ela
o gênero não invadiria o mundo com tanta força nos dias atuais. Todos estes
merecem destaque, pois são os mais populares. Há quem diga que quem gosta de
Trance odeia House e detesta Acid. E assim vai, mantendo a estrutura da frase,
mas mudando os gêneros musicais de lugar. Isso porque cada estilo tem as suas marcas, muito
embora tenham vindo da mesma “mãe”.
Acid House é uma vertente mais agressiva do estilo. Mantém uma
relação com o House puro, mas possui elementos bem peculiares em suas
composições rítmicas. O nome “Acid” vocês podem imaginar de onde é que veio,
né? Do consumo de drogas popularmente difundidas em festas, como o LSD (o ácido
propriamente dito) e o Ecstasy.
O som pesado que define o estilo
teve um período de vida curto, sendo febre mundial (ou mainstream, como dizem os hipsters)
do final dos anos 80 até o início dos anos 90. Destaque para o ano de 1989,
onde o conjunto do Reino Unido New Order lançou um álbum em que influências
diretas do Acid se misturavam com o Rock eletrônico já praticado no mesmo
período. O álbum se chama Technique e marcou o auge da produção musical desta
sub-vertente da House Music.
O Trance se vale de melodias progressivas e batidas repetitivas.
Este tipo de música, não trabalha tanto os vocais como a House Music, além de
as músicas possuírem longa duração devido à repetição de períodos dentro da
mesma. Talvez este seja o fator preponderante do sucesso desta vertente em
raves. Com músicas de 7 a 10 minutos em sua maioria, montar um set com 3 ou 4
horas – que facilitam a variedade musical nestes eventos - não se torna uma tarefa
tão árdua. Tudo isso resulta num ritmo frenético que se assemelha a uma espécie
de “transe hipnótico” geralmente associado à euforia ou ao sentimento de
libertação segundo os ouvintes, dando sentido ao nome do sub-estilo.
Os principais expoentes atuais da
Trance são os holandeses Armin van Buuren, considerado um dos melhores DJs do
mundo e Tiësto, também um dos grandes nomes que justificam a fama dos europeus
no comando de pick-ups. O alemão Paul van Dyk, também representa de forma
brilhante esse gênero que está disputando adepto por adepto com outra vertente
da música eletrônica.
Chicago foi o berço americano da
música eletrônica. Foi de lá que saiu o gênero da música eletrônica que mais
faz sucesso na atualidade: a House Music. Nunca se soube ao certo de onde havia saído este
nome para este estilo musical, mas a versão mais aceitável é que havia uma casa
noturna em Chicago, maior cidade do estado americano de Illinois, chamada
Warehouse. Quando os frequentadores desta casa começaram a migrar para as
outras circunvizinhas, pediam por “aquela música da Warehouse”. Daí pra “that
Warehouse's music” virar apenas “House Music” foi apenas uma questão de
praticidade. O fato é que o sucesso estrondoso que estas batidas conseguiram
alcançar no mundo contemporâneo é algo que foge dos padrões dos outros tipos.
Se a Acid fez sucesso por 4 ou 5
anos, o gênero deste parágrafo já completou este tempo com folgas e ainda tem
projeção para dobrar este período. Nomes como David Guetta – o DJ número 1 do
mundo –, Alexandra Stan, Avicii, DJ Antoine, Edward Maya, Benny Benassi, Bob
Sinclar, dentre tantos outros disputam a preferência atual dos amantes da
música eletrônica. Uns mais, outros menos... Mas ainda acho que o Daft Punk
citado lá no primeiro post da série não entra nesta lista, ainda que esteja
ativo por aí. Já teve os seus dias de glória, mas foi a mais pura expressão do
House em tempos.
É isso! No próximo post iremos
finalizar a série especial sobre música eletrônica com o segredo para este
gênero fazer tanto sucesso e dominar boa parte da programação dos rádios na
atualidade. Até lá!
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