Vamos falar mais de Michael? Vamos falar de "Thriller"! |
Galera!
Como vai cada um de vocês? Bem ou muito bem? Espero que ambos. Como vocês
sabem, estamos com uma nova série especial de posts. Dessa vez estamos falando
do maior sucesso musical, em números absolutos, de todos os tempos: o álbum
“Thriller”, de Michael Jackson. No primeiro post falamos um pouco do que
envolveu o processo criativo da produção. Hoje iremos falar das marcas
definitivas que o disco deixou na indústria musical do planeta. Vamos lá?
Parte 2 - Inovações,
Marcos e Música
Grandes
sucessos a nível mundial saíram de “Thriller”. A faixa-título foi o mais
expressivo deles, sem dúvidas. Além das famosas “Billie Jean” e “Beat It”. Mas
focaremos não apenas nas músicas. Falar dos videoclipes da produção merece um
destaque mais que especial. Michael já havia inovado no clipe de “Don’t Stop ‘Til You Get Enough”, onde duas réplicas do cantor apareciam dançando
com ele em um mesmo plano. Hoje não há mistérios pra saber como isso é
feito, mas há 33 anos, isso era um furor, tal qual o uso do chroma key foi no
começo dos anos 70.
Depois
de inovar nessa área, o Rei do Pop começou a fazer de seus clipes pequenos
curtas-metragens. As realizações visuais de suas músicas sempre traziam alguma
crítica social, alguma história, alguma polêmica, algum efeito visual novo... Ela
causava polêmicas não só pelo puro fato de ser polêmico. Fazia, sobretudo,
porque polêmicas movem rodas comerciais gigantescas. E isso Michael sabia fazer
muito bem. Deixou para ousar (e gastar) de forma brilhante nos clipes das três
músicas supracitadas. “Thriller” foi o último a ser lançado, mas o primeiro a
ser lembrado por todas as pessoas. Talvez por ser o grande divisor de águas na
história dos videoclipes. O enredo é impecável, brincando a todo o momento com
o psicológico de quem assiste. A proximidade entre o real e o oculto é
evidenciada pela citação atribuída a Michael logo no início do clipe:
“Due to my
strong personal convictions, I wish to stress that this film in no way endorses
a belief in the occult.'"
("'Em função de minhas fortes
convicções pessoais, quero enfatizar que este filme de forma alguma endossa uma
crença no oculto'").
A
versão sem cortes que dura mais de 13 minutos (e que já foi vista mais de 124
milhões de vezes) mostra Michael se declarando para a sua namorada e, logo
depois, alegando que é “diferente” dos outros caras. No take seguinte, a lua
cheia desponta no céu e o dançarino vira um lobisomem, com os tradicionais
olhos amarelos e a cena de transformação muito bem feita para a época. O
clichê-mor dos filmes de terror se apresenta logo nos primeiros minutos: a cena
em que a mocinha jovem e indefesa é perseguida pelo seu carnífice. No ápice do
clichê (onde a mocinha é surpreendida pelo lobisomem e cai no chão à espera do
inevitável) a namorada de Michael sai do cinema e é mostrado que o que foi
visto era um filme, na verdade estrelado por Vincent Price – o Zé do Caixão dos
States.
É
aí que a parte musical começa. Michael cantando e dançando para a sua namorada
pelas ruas escuras até andarem serelepes na frente de um cemitério. Daí vem a
clássica parte dos zumbis saindo das catacumbas. O mesmo Vincent Price recita
alguns versos de um poema de sua autoria, em que zumbis sedentos por sangue
aterrorizariam a vizinhança cumprindo uma profecia maligna (falei que ele era o Zé do Caixão versão Tio Sam) enquanto as covas são abertas.
Em
seguida os mortos vivos acabam confeccionando uma das coreografias mais
exaustivamente imitadas de todos os tempos, capitaneados por Michael, claro. O
sincronismo dos bailarinos é perfeito, tais quais as maquiagens que usaram o
que havia de mais moderno. O trabalho corporal dos bailarinos dá a impressão de
que se trata de zumbis de verdade. Ademais vem a marcante cena final com a
gargalhada maligna e Michael olhando para a câmera com os olhos amarelados do
outrora lobisomem às costas da sua cônjuge. Para cada minuto de clipe foram
gastos, aproximadamente, 35 mil dólares, uma verba astronômica, comparadas com
as produções anteriores. Um clipe caro custava cerca de 100 mil dólares à
época. Michael queria 900 mil, sua produtora ofereceu 500.
Após
o clipe de “Thriller”, lançado cerca de um ano depois do álbum, as vendas
dobraram e Michael viu que podia explorar muito mais os seus vídeos
comercialmente, atribuindo aos subsequentes orçamentos cada vez mais pomposos.
“Beat It” toca num assunto delicadíssimo da sociedade americana: as diferenças
entre negros e brancos, evidenciada na tradicional cena da briga das gangues
“negra” e “branca” (e na cena de Michael de bundinha pra cima na cama...
kkkkk’). Não se sabe ao certo o que motivou a letra de “Billie Jean”. Muitos
dizem que foi o caso de uma fã de Michael alegar que houvera tido um herdeiro
do Rei do Pop, mas o próprio compositor atribuía a canção algo mais abrangente.
Dizia que ela se referia às groupies que seguiam Michael e seus irmãos na época
do Jackson Five. O mais “pobrinho” dos clipes não deixa de ser legal por culpa
disso. Depois de “Thriller”, Michael já poderia colocar os pés para o alto e
dizer que tinha seu nome na história da música mundial. E tinha mesmo.
O
álbum também lançou músicas como “Human Nature”, “Wanna Be Startin’ Somethin” e
“Baby Be Mine”, mas sem o brilhantismo das que já foram faladas hoje. No
próximo post falaremos sobre a repercussão e o legado de Thriller através de
seu fruto principal: o Thriller 25, edição de aniversário de vinte e cinco anos
de lançamento desta obra inigualável. Até lá!
Musiquem-se!
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