Pessoas
bonitas! Nesse último final de semana eu tive várias opções para agitar a minha
semana pós-aniversário. Fiz várias atividades musicais ao longo da semana, mas acabei por escolher a mais interessante para contar a vocês. Fui à 30ª
edição de um evento promovido por uma grande rede de supermercados. Uma
iniciativa que promove o encontro da grande marca com seus funcionários e
clientes. Anualmente bons nomes da música brasileira são convidados para cantar nos shows ali
realizados. Artistas como Victor e Leo, Fábio Jr, e Daniel foram os nomes das
últimas edições do evento, que também conta com palestras e outras atividades.
Neste ano os convidados da vez foram filhos da terra. Dois dos maiores
artistas pernambucanos ainda vivos: Alceu Valença e Reginaldo Rossi.
Mas
nesse post vou me ater apenas a Alceu, que desde os primeiros passos do Curta Música eu queria achar uma brecha
pra falar dele, mas não conseguia. Não que o show de Reginaldo tenha sido ruim.
Ele conseguiu levantar o público presente com sua irreverência e sucessos,
ainda que com as incontáveis falhas técnicas ao longo do espetáculo do Rei, realizado no último domingo (05). Voltamos a
Alceu... No ano em que comemora 40 anos de carreira, o cantor homenageia Luiz
Gonzaga, que celebraria seu centenário caso vivo fosse. Somando o fato dos meus
20 anos e a edição de número 30 do encontro, o show virou um prato cheio para
os supersticiosos. Alguns dizem que “muitos números ditos ‘redondos’ em um
mesmo evento trazem bons fluidos”. E realmente o show do último sábado (04) faz
jus a esta afirmação.
Músicas
popularíssimas como “Táxi Lunar”, “Anunciação”, “Solidão”, “La Belle De Jour”, “Coração
Bobo”, “Como Dois Animais” e “Girassol” fizeram parte do repertório do show. As
faixas que homenagearam Gonzagão também estiveram presentes em músicas como “Xote
das Meninas” e “Cintura Fina”. Tentei me manter indiferente ao que era tocado para dar mais vazão ao
meu senso crítico e trazer pra vocês a melhor opinião possível. Mas a melhor lição que eu tirei do show foi que com Alceu Valença no palco não há
indiferença que resista ao seu ritmo contagiante. O som do artista e de sua
banda revigorou até as senhoras de idade que estavam na frente do palco.
Aliás...
A
banda de Alceu merece destaque. Mais precisamente o guitarrista Paulo Rafael e
a polivalente, talentosa, graciosa e paraibana Lucy Alves. Tive que presenciar
um show em escala bem reduzida se for comparar com as rotineiras apresentações de Alceu no
Marco Zero para perceber o tamanho do potencial dessa garota. Um belo achado
que, se eu não estivesse presente neste show, certamente esta grata surpresa demoraria
a acontecer. Mais uma linha para a lista de considerações positivas da apresentação. Destaque
também para o trio dos metais que entrou para tocar o mais puro Frevo, o percussionista,
o baterista, o baixista e o tecladista, que souberam entreter a plateia durante
os curtíssimos momentos em que Alceu deixou o palco. Não me recordo de qualquer
falha. No entanto ainda que elas tivessem acontecido a simpatia de um cantor
que já é sinônimo de “música boa” em Pernambuco – e em todo o Brasil – há
vários anos varreria um eventual pequeno deslize para debaixo do tapete. Mas o que se viu
foi uma ótima apresentação.
Saí
do show inspirado, animado, e, acima de tudo, aliviado. Inspirado, pois ver um
dos meus primeiros contatos com a música a menos de três metros de distância foi
excepcional. Animado, pois adorei a ideia de cobrir shows, sobretudo os de
artistas locais. Certamente abrirei mais espaço para as novas caras e para os tradicionais
artistas da terra. E aliviado, pois sei que posso contar com uma figura forte
para me livrar da descrença em relação ao cenário musical local. Em meio a um
mar de novidades incrivelmente decepcionantes, eis que Alceu e a velha guarda
da música pernambucana nos salva da “inércia cultural”.
Enquanto
o promissor e excelente underground pernambucano não conseguir sair das rodinhas
e bares das faculdades e tomar o lugar que lhe é de direito na atenção do povo (Que
neste exato momento é ocupado por “bregas” das novinhas e afins. Mas isso é assunto pra
outro post), que recorramos ao tradicional e nunca fora de moda Alceu. Que a música de qualidade vigore sempre! Seremos
eternamente gratos pelo seu trabalho.
Musiquem-se!
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