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1 de agosto de 2012

MP7 - 7 Músicas para... Esquecer as versões originais




Faaaaaaaaaaalha, galhera! (Bruno de Lucca feelings). Hoje tem mais um “MP7”! Garanto que vai ser tão legal – ou mais – que os outros. Já que esse vem com DUAS músicas em cada um dos postos! Seria um “MP14”? O que vos escreve estaria maluco? Estaria o autor que vos escreve bêbado e vendo em dobro? Seria o fim do mundo? Não! Hoje nós falaremos sobre músicas covers – que consiste na regravação de uma música já existente. Os covers geralmente são feitos ao vivo, quando as músicas já estão na setlist do show, ou de supetão atendendo aos pedidos delirantes do público como se vê em algumas apresentações.


Desde que a música é música existe quem faça releituras de canções previamente gravadas. Umas ficam extremamente vergonhosas, como falarei num futuro post. Mas outras ficam tão famosas que ocultam totalmente a autoria original. E é sobre estes bons covers que nós vamos falar no post de hoje. Como de costume, no Curta Música apresentamos as músicas, depois os comentários. Sem mais demoras, soltemos a playlist!


Música 1: Pearl Jam – Last Kiss

Original, com Wayne Cochran:




Cover:



Começaremos muito bem o MP7 de hoje. Com Pearl Jam, uma das minhas bandas favoritas de sempre. E com a versão de uma música que “engana” quem ouve tanto a original quanto a cover. As duas tem melodias alegres, mas mascaram uma letra triste sobre um acontecimento real: um acidente de carro com 3 vítimas fatais (falarei em outro MP7 sobre, não fiquem aflitos ^^). A verdade é que essa música é datada de 1962, composta e cantada por Wayne Cochran, um cara muito peculiar, tanto pelo jeito de se vestir quanto pelo seu algodão doce belíssimo cabelo. Não alcançou o sucesso esperado, muito embora a letra chamasse muita atenção. Mas a letra e a possibilidade de repaginar a melodia ficaram.

Dentre as várias versões que esta música teve duas se destacaram: a de J. Frank Wilson e a do Pearl Jam. A primeira ainda com uma melodia mais alegre, a outra com uma melodia calma, mas com os vocais potentes e sofridos de Eddie Vedder. Era o que a música precisava para fazer sucesso nas paradas. A entrega de Eddie é notável, já que letras significativas sobre histórias tristes sempre fizeram parte da história da banda. A identificação foi tanta que, se você já ouviu essa música na voz dos garotos de Seattle, nem lhe passava pela cabeça que ela é mais velha que seu pai. Ou passava? Sei lá! Vamos para a próxima. Kkkkkk’


Música 2: Nirvana – The Man Who Sold the World

Original, com David Bowie:



Cover:



Esse segundo cover também é de uma banda que eu gosto bastante, mas certamente é uma das discussões sobre covers mais longa: os fãs incorruptíveis de David Bowie, criador do Ziggy Stardust, contra os fiéis seguidores do mito Kurt Cobain. Tenho de admitir: ambas as versões são boas, mas a de Cobain tem algo a mais. Ou a menos. E não é conversa fiada de quem gosta da banda. O Nirvana conseguiu “limpar” a música. Acho que é justificável pelo cover ter sido gravado no MTV Unplugged, em 1993. Ao vivo (um dos fortes da banda de Seattle) e com uma pureza de som invejável.

Pequenas coisas são o diferencial entre as duas. Uma delas é Cobain deixar o violão soar um pouquinho de tempo a mais antes de começar a cantar em relação a Bowie. Poucos décimos de segundo que valorizam a voz e o instrumento, sem que um tome o lugar do outro. Grande sacada. A percussão (mais precisamente a batida dos pratos e o barulhinho que lembra alguém mordendo uma bola de encher) da versão de David não acontece na versão do Nirvana, onde a voz de Kurt (que não se esforça para alcançar os tons presentes na música) e o violão são destaque. A bateria só acompanha a levada suave da versão.

Motivos esses que fizeram com que o autor da música original, lançada em 1973 e que deu nome a um dos seus álbuns, ficasse mais distante e ofuscado da sua cria. Tanto que Bowie, segundo palavras próprias, ele encontrava "crianças que vinham mais tarde dizendo: Legal que você ter cantado uma música do Nirvana. E quando isso acontecia, eu pensava comigo mesmo: 'Vão se fuder, seus pequenos perturbadores! '".

Depois que até a parte mais envolvida na causa fala isso, fica difícil ela não entrar no MP7 de hoje.


Música 3: The Beatles – Please, Mr. Postman

Original, com The Marvelettes:



Cover:



Essa é um dos clássicos da música americana. A versão original é datada de 1961 e é cantada pelo conjunto feminino The Marvelettes. O grupo vocal fez grande sucesso na época com a música, figurando no topo da Billboard Hot 100, deixando a Motown Records, gravadora do grupo, bastante orgulhosa, já que foi a primeira música lançada com o selo Motown que atingiu o posto de mais vendida no período de uma semana.

Tamanho sucesso fez os olhos de John Lennon e seus colegas brilharem. E não demorou muito pra que a música, que fala sobre o desespero de uma garota querendo saber notícias do namorado que foi para a guerra, teve o gênero do eu - lírico trocado para um homem desesperado por notícias de sua garota - fosse regravada. Dois anos depois de a primeira versão ter sido lançada, o quarteto de Liverpool lançou a sua, numa época em que era comum cantores regravarem músicas alheias em um período curto de tempo entre as duas versões. É bem verdade que na melodia ambas as músicas não se diferem muito, mas pelo peso histórico que os Beatles tem, a autoria original da canção ficou mais oculta. Coube ao Curta Música colocá-la aqui para vocês como a terceira música do MP7.

PS – Menção honrosíssima a versão de “Please Mr. Postman” gravada pelo The Carpenters. Como só podia uma aqui, preferi os Beatles, que se encaixou mais com o tema.


Música 4: The White Stripes – I Just Don’t Know What to Do With Myself

Original, com Tommy Hunt:



Cover:



Mais uma música de 1962 no nosso MP7. Quem vê a Kate Moss balançando o esqueleto (sem trocadilhos) no mastro do clipe preto e branco dos White Stripes, nem deve atentar para o fato de a música ser bem mais antiga que Kate, ou até que os “irmãos” Meg e Jack White. Tommy Hunt gravou com a característica marcante dos músicos solo da época, onde a bela voz se destacava mais que o arranjo musical. Mais uma daquelas músicas que se evidencia o desespero pelo término de um relacionamento, no meio dos planos e das expectativas acerca do futuro (falei bonito agora ^^). Outras vozes cantaram essa mesma dor de amor, como Dionne Warwick, Isaac Hayes e até Cameron Diaz, no filme “O Casamento do Meu Melhor Amigo”, numa versão não muito audível, mas bem engraçada (levantei a bola pra Mari falar sobre hehehe). Mas a mais recente e a que também parece ter se apropriado da autoria tamanho o sucesso foi a do casal White.

Como bom produtor musical e muito preocupado com a melodia e com o ritmo de suas composições ou covers, Jack conseguiu fazer um arranjo para a música de forma a aumentar o sofrimento da letra sem que a melodia soasse brega ou antiga demais. Numa releitura bem atual, com as tradicionais guitarras distorcidas e os vocais choramingantes de Jack, a dupla ganha um lugarzinho no MP7 de hoje.


Música 5: Sinéad O’Connor – Nothing Compares 2 U

Original, com The Family:



Cover:



Composta pelo excêntrico músico Prince em 1985, “Nothing Compares 2 U” foi entregue para a banda The Family incluir em seu repertório, sendo outra música que fala sobre finais tristes de relacionamentos. Atingiu algum sucesso, mas nada comparado ao que a versão da polêmica irlandesa Sinéad O’Connor conseguiu alcançar em 1990. Prêmios, reconhecimento mundial e o topo das paradas foram o resultado desse cover que é o maior hit da cantora. O clipe foi gravado em Paris e tem a maior parte do vídeo num cenário de fundo negro cantando com a sua tradicional cabeça raspada em foco no plano, efeito bastante parecido com o usado no clipe da música “Cold War” da cantora Janelle Monáe 20 anos mais tarde. E é assim: de influências em influências, que o MP7 de hoje vai ficando preenchido de ótimas músicas.


Música 6: Caetano Veloso - Sozinho

Original, com Peninha:



Cover:



Tava sentindo falta de uma música nacional por aqui. E escolhi uma de um dos maiores compositores da nossa Pátria Amada: Peninha. E a versão interpretada por um dos cantores historicamente mais representativos do cenário tupiniquim: Caetano Veloso. Com centenas de músicas compostas e imortalizadas nas vozes de vários artistas, Peninha resolveu gravar esta música com sua própria voz em 1997, um ano depois de Sandra de Sá gravá-la, numa história bem parecida com a da produção acima.

Baseada numa conversa que o músico escutou entre a sua filha e o namorado dela, os versos se encaixaram de maneira belíssima e a canção estava pronta pra ser um hit. Coube a Caê cumprir esta missão, gravando mais uma música de Peninha em 1999. Sucesso absoluto e que relegou o compositor a passar pela mesma situação inusitada de David Bowie. Esta é a sexta música de hoje.

Música 7: Lenny Kravitz – American Woman

Original, com The Guess Who



Cover:



Pra encerrar mais um MP7 eu trago essa versão de Lenny Kravitz que ficou bem mais famosa que a original, ainda que gravada com uma defasagem de 28 anos entre ambas. A banda de rock The Guess Who emplacou esta música no pódio dos seus hits ao lado de “These Eyes” e “Share the Land”. Pegou as influências do rock 60’ e transportou para os anos 70, colhendo na primeira metade desta década os frutos do trabalho árduo executado no final da década anterior.

Em 1998, já com 9 anos de carreira, Lenny regravou a música e lançou em seu quinto álbum de estúdio intitulado “5” (criatividade reinou aí). Através desta canção, Lenny faturou o seu segundo dos 4 prêmios Grammy que ganhou na carreira, todos em sequência (de 1998 a 2001) na categoria “Best Male Rock Vocal Performance”. Como a categoria diz “American Woman” não foge muito da proposta do rock, mas consegue se afastar, e muito, da proposta “metal farofa” dos cantores originais.

E aqui termina mais um MP7, moçada bonita! Foi longo, mas foi gostoso. Se você gostou do post de hoje, curta, compartilhe, comente, espalhe pra namorada ou namorado, pra sogra... Enfim. Lembrando que você pode enviar a sua sugestão de MP7 para curta.musica@gmail.com. Quem sabe ela não aparece por aqui? Essa é a essência da música: variar, misturar, inovar e renovar. Mas nem sempre é assim. Falarei disso numa próxima oportunidade. Até lá!

Musiquem-se!

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