Morte de Elvis - Notícia em todos os jornais. |
Pessoas
maravilhosas do meu Brasil e de mais nove países! Estou escrevendo pra vocês
hoje já pensando em amanhã. O vindouro dia 16 de agosto será marcado mais uma
vez por saudade. Pela 35ª vez seguida. Amanhã o mundo completará 35 anos sem o
Rei do Rock. 35 anos sem Elvis Presley. Nem sonhava em nascer ainda. Meus pais
tinham 12 anos e ainda nem se conheciam. Mas nem precisava ter nascido na época
pra saber o quanto que esse dia foi significativo na história da música (e
por que não do mundo?).
Foi
o fim de uma era. Uma era onde legiões e mais legiões de fãs, quase servos,
lotavam as apresentações do Rei em qualquer lugar do planeta que ele estivesse.
Marcou-se também o fim do sex symbol que
fazia mulheres de todas as idades, alturas, gostos e credos perderem os cabelos
ao ver o cantor esbanjar sensualidade com seu rebolado no palco. Sensualidade
esta fruto de muita ousadia e vanguardismo, palavras que só os gênios sabiam
usar na época. Como bom conquistador, Elvis sabia como equilibrar o seu arquétipo
sensual com uma dose generosa de romantismo. Romantismo nos atos, romantismo
nas letras e melodias entoadas com sua voz marcante... Combinação irresistível
para os “brotos” da época. Partilho da opinião que a harmonia entre o sensual e
o romântico é uma das combinações mais letais para atrair mulheres. E nisso
Elvis era completo.
Mas
digo completo no sentido amplo da palavra. Cantar, dançar, interpretar, produzir
musicalmente, compor letras e melodias, eventualmente tocar, seu gênio forte, seu
modo de se vestir ao longo de sua carreira, seu jeito diferente de agir e de
pensar... Enfim. Com tantos artistas brilhantes na contemporaneidade de Elvis
(Little Richard, Jerry Lee Lewis, Bill Haley e tantos outros), ele conseguiu
repousar aos seus ombros uma capa além da que havia no indefectível figurino
“American Eagle”. Ele vestia nos ombros o
simbolismo da década de 50, a idolatria de uma geração inteira, a histeria
coletiva de milhares de mulheres, a vanguarda mundial do Rock n’ Roll e do
Rocabilly... Um fardo grande que certamente iria pesar ao longo dos mais de 20
anos de carreira dele. Mas o amor pelos seus fãs e pela música fez com que todo
esse peso virasse uma bolinha de gude.
Falar
de Elvis é falar de grandeza. Recorde de vendas de um artista solo com mais de
um bilhão e meio de discos vendidos em todo o mundo. A segunda celebridade
morta que mais lucrou em 2010/2011, segundo o último levantamento da revista
Forbes: 55 milhões de dólares, perdendo apenas para o recém falecido na época
Michael Jackson. No âmbito geral ainda é a celebridade que mais arrecada lucros
póstumos com seu nome. Elvis também é o artista com maior número de covers no
mundo (estima-se que sejam 85 mil imitadores). O show "Elvis - Aloha from
Hawaii" (1973) foi assistido por 1,5 bilhões de pessoas ao redor do mundo.
Mais até que os espectadores dos primeiros passos do homem na Lua. 150 singles
ou álbuns premiados com disco de Ouro, Platina ou Multiplatina pela Recording
Industry Association of America. 625 fã-clubes oficiais distribuídos em 45
países. Diante disso, chamá-lo de mito não seria exagero algum.
Não
sou aquele fã fervoroso de Elvis. Daqueles fieis e que adoram tudo que é
lançado pelo seu ídolo. Mas admiro e valorizo muito o trabalho do Rei. Fazer as
pessoas dançarem com sucessos como “Blue Suede Shoes” e “Hound Dog”, suspirarem
com “Love Me Tender” e “Always On My Mind”, além de hits como “Suspicious
Minds” e “Viva Las Vegas” deram a Elvis um lugar com vários patamares acima dos
demais cantores. Quase todas as mudanças em seu foco musical foram bem aceitas
pelo público e pela crítica. Elvis se sentia livre pra passear entre o Rock n’
Roll, o Country, o Pop Rock e até o Gospel, com o aclamado álbum How Great Thou Art (algo como Grandioso És Tu, em português). Neste
álbum Elvis ganhou seus únicos 3 Grammys da carreira (O Grammy começou a ser entregue em 1959 e Elvis começou a sua carreira em 1954). Talento, ousadia e
inspiração ele tinha de sobra pra isso. O mesmo não se pode dizer dos seus
filmes, mas vou falar apenas da parte que me cabe: a música. Até os remixes de
suas canções feitos após a sua morte se tornaram grandes sucessos, popularizando ainda
mais a obra do Rei.
Como
na morte de todos os emblemáticos ícones da música mundial, o falecimento de
Elvis também é cercado de mistérios. O esgotamento físico acompanhado de
apresentações fracas dias antes de sua morte, como vimos acontecer com Amy
Winehouse, aconteceu com Elvis também. O vício desmedido em medicamentos chegando ao
ponto de seu médico pessoal lhe receitar doses cavalares de remédios, assim
como aconteceu com Michael Jackson, também vitimou Elvis. Partindo dessas
hipóteses e associando ao crescente ganho de peso do Rei parece “fácil” saber o
que aconteceu.
Difícil
é saber o que levava Elvis a arrastar multidões em todas as suas apresentações,
chegando ao ponto de ser amado e idolatrado por quase 60 anos. Mais difícil
ainda é apontar um novo Rei do Rock. Elvis foi um artista único, completo e
inigualável. Dono de um som contemporâneo, mesmo 35 anos depois de sua morte. O
jargão “Elvis não morreu” é um fato cada vez mais incontestável. O que é bom
não morre, apenas deixa muitas saudades... 35 unidades dela, mais precisamente.
Descanse em paz, mas viva pra sempre com a sua música.
Musiquem-se!
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