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26 de junho de 2012

Europeus: dominando o mundo através das pickups – Parte 2: adaptação do Rock – os EUA contra-atacam


Da esquerda para a direita: Delia Derbyshire, Ron Grainer, Robert Moog e Wendy Carlos.

Wazzup! No post passado foi falado sobre o contexto histórico do Rock e os primórdios da música eletrônica. Deu pra notar que o contexto musical do século XX foi uma cópia fiel da situação mundial na época. Ao final da Segunda Guerra, a Europa usou da vanguarda nos movimentos artísticos para dar os primeiros passos num tipo de música muito interessante, além de ver o continente, sobretudo o Reino Unido, colocar seu toque cultural no ritmo que os americanos admiravam pelo grande apelo popular e ritmo dançante. Neste post veremos como os americanos reagiram a essa nova tendência musical e como ela reflete nos dias de hoje.


A Música Eletrônica vinha se mostrando uma alternativa belíssima para novas e criativas construções musicais, além de indicar um marco na história: a alta – e cara – tecnologia sendo usada para a composição de melodias. Estava a cada dia mais óbvio que a Música Eletrônica ultrapassaria os limites do clássico. Era quase uma certeza que a mesma iria se popularizar. Muitas pessoas enxergaram isto, porém pouquíssimas conseguiram por em prática. Três, mais precisamente: Robert Moog, Wendy Carlos, e Delia Derbyshire.

Moog era americano e é considerado “O Pai dos Sintetizadores”. O que hoje você vê até nas mãos de crianças portando teclados de brinquedo com sons de vaquinhas, ovelhas e afins tem por trás uma história que também se encaixa de forma interessante na situação mundial da época. Os protótipos de sintetizadores foram criados por Kazu Theremin, um russo cuja família já tinha contribuições notáveis em instrumentos eletrônicos, como o próprio teremim. Moog conseguiu aperfeiçoar a ideia dos russos em mais uma das batalhas tecnológicas entre a Rússia e os EUA (Cold War rulez!).

Robert tinha uma maravilha tecnológica nas mãos, mas vários problemas na outra. Como os computadores da época, seu sintetizador era enorme (algo em torno de 2x5 m), monofônico (sem a possibilidade de formar acordes) e analógico, difícil de manusear e engenheiros especializados em que nada lembravam os atuais DJ’s eram responsáveis por passar horas e horas calculando para conseguir fazer o aparelho emitir um som, ainda que sem a certeza de que o mesmo sairia agradável. O inventor queria que a sua cria se popularizasse, mas teria de resolver todos estes problemas primeiro. E é aí que entra a figura de Wendy (ou Walter) Carlos.

Americana, Wendy sempre gostou de música e tecnologia. Os sintetizadores eram a oportunidade perfeita de juntar ambos. Tanto Moog quanto Carlos enxergaram excelentes possibilidades no encontro entre os dois. Um possuía os instrumentos necessários para alavancar uma carreira na música eletrônica e o outro tinha talento e uma visão musical que poderiam lançar o sintetizador para o mundo. Dito e feito: Wendy, ainda Walter, além de usar os sintetizadores para compor a sua obra-prima “Switched-On Bach em 1968 (um álbum em que foram feitas releituras eletrônicas dos clássicos de Johann Sebastian Bach) popularizou e ajudou a aprimorar o instrumento de Robert, que finalmente alcançava a popularidade mundial do seu invento. Este foi o primeiro álbum erudito a vender mais de 500 mil cópias e mostrava o quanto a alta tecnologia - ainda de difícil manuseio - faria a diferença na música. Realmente sintetizadores eram hi-tech e a prova de que os americanos “deram um chapéu” no que diz respeito a este estilo. Falando nisso...

Delia Derbyshire, britânica, talentosa e igualmente responsável pela popularização da música eletrônica em solo mundial. Ela foi pioneira ao trabalhar em um dos ramos de aplicação deste estilo e que Wendy também se aventuraria anos mais tarde: a trilha sonora de produções audiovisuais. Delia foi pioneira ao trabalhar em parceria com Ron Grainer na trilha sonora de “Doctor Who”, série de ficção científica produzida e transmitida pela BBC em 1963. É conhecida como a série de ficção científica mais longa do mundo, com 26 temporadas. Os sons que saiam da BBC Radiophonic Workshop, divisão de efeitos sonoros da emissora britânica, demorariam menos que 2 horas para serem compostos por uma pessoa habilitada (ou não) no Século XXI, mas a vanguarda e o toque futurista proporcionado pela ficção científica potencializaram o feito da dupla aos olhos do público e dos apaixonados por música que seriam influenciados anos depois. Wendy também compôs para trilhas sonoras, como em sua participação notável no filme Laranja Mecânica (1971).

 

O próximo post falará sobre o legado que estas e outras pessoas deixaram para a música eletrônica atual. Abraços!

Continua...

Musiquem-se!

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