A Música Eletrônica é um sucesso absoluto no mundo. (Foto: KaZantip/Divulgação) |
Boa noite, pessoas! Finalmente o post da quarta saiu. E com ele vai se abrir uma nova tag ali no topo da nossa página chamada "Especiais". Essa tag trará posts sobre diversos assuntos que de tão amplos não conseguem ser debatidos em apenas uma publicação. O de hoje é assim. Falará sobre um apanhado geral da Música Eletrônica, que foi o modo encontrado pelos europeus para aparecer no cenário musical mundial. Serão cinco posts falando sobre tudo isso. Vamos conferir o primeiro?
Certa
vez eu estava em um ponto de ônibus qualquer esperando um coletivo para ir a
algum lugar que minha memória falha não me deixa citar. Às vezes quando eu ando
pelas ruas recebo olhares, sorrisos e raramente algumas pessoas vem falar
comigo. Não que eu seja um popstar ou algo assim. Longe disso. Mas tem certas
pessoas que tem uma sede irreparável de expor as suas opiniões. O post de hoje
começa assim. É quase uma marca registrada minha – e de várias pessoas, suponho
– esperar os seus ônibus escutando música. É uma forma divertida e prazerosa de
passar o tempo. Assim como eu falei sobre a minha eclética playlist.
Voltando
ao ônibus... Ao entrar, dei bom dia ao cobrador e me sentei ao lado de um
senhor. Gosto de dar atenção aos idosos, pois as opções da vida deles se
resumem às atividades sociais e aos diálogos com desconhecidos. É quase uma
necessidade natural deles. Eu estava escutando Daft Punk, um duo francês especialista em House Music,
uma variante da musica eletrônica. Ironia do destino? Não sei. Mas a história
que segue faz ainda mais sentido por causa deste pequeno detalhe. Ele viu os
meus fones e disse que na época dele tinha muita música boa. Foi falando do
cenário nacional. De nomes como Noel Rosa e Carmen Miranda (uma época anterior
a dele), Luiz Gonzaga, um dos maiores expoentes da “nordestinidade” e do
engatinhar da Bossa Nova. Como eu gosto deste tema, deixei que o senhor falasse
tudo que podia e sabia sobre. Certamente era uma vida musical nacional bem
movimentada e muito mais eclética que a minha playlist. Ele tinha uma oratória
de dar inveja a muitos palestrantes motivacionais. Parecia saber do que estava
falando. E realmente sabia de tudo que houve de melhor na sua época em matéria
tupiniquim. Mas internacionalmente a música fervia.
Nesse
mesmo tempo, o Jazz, o Rhythm and Blues e a Country Music se desenvolviam e
encantavam multidões. A mistura dos dois últimos gêneros deu origem a uma febre
mundial de 50 graus em plenos anos 50. Ela perdura até os dias de hoje, ainda
que com variantes para resistir aos duros golpes do tempo: esse tal de Rock n’
Roll tão marcante nas cadeiras requebrantes e voz potente de Elvis Presley.
O
palco destes artistas tinha nome completo: Estados Unidos da América. Dos
quatro cantos da terra do Tio Sam se ouvia música popular de boa qualidade e
pra todos os gostos. Mesmo com o cenário aterrador de duas Guerras Mundiais e
uma crise econômica daquelas. E os EUA também venciam a “Batalha Musical” (isso
pareceu jogo do Qual É a Música, eu
sei... hehehe). As guerras se mostravam fatores determinantes na influência
cultural do mundo e afirmavam os Estados Unidos como superpotência até na
questão da musicalidade.
Enquanto
isso a Europa ainda vivia dos grandes compositores da Música Erudita, muito
embora a maioria deles já estivesse debaixo da terra. Com uma chuva de bombas e
batalhas acontecendo quase que sem parar durante as Guerras, a produção musical
europeia não avançou muito naquele período. Com o fim da Segunda Guerra em 1945, os europeus se
lançaram à mais completa reconstrução. Não só em seus prédios, fábricas,
população e orgulho geral, mas também em matéria de música. O Rock n’ Roll foi
adotado pelo Reino Unido assim como o futebol inglês foi adotado pelo Brasil. Os
britânicos poliram e modelaram o estilo lançando três das melhores e mais influentes bandas de
todos os tempos num curto espaço de tempo nos anos 60: Rolling Stones (com
influências do R&B), The Beatles (com influências do Folk) e Black Sabbath.
Era o início dos subgêneros do Rock. Começavam a engrenar as primeiras
variantes do ritmo americano. E dali começaram a invadir o cenário americano
com força. Foi a “Primeira Invasão Britânica nos Estados Unidos”.
Entretanto,
20 anos antes, alemães e franceses, antes inimigos mortais nas Guerras Mundiais
passavam agora a se dedicar em produzir e disseminar um tipo de música baseado
na edição e manipulação de faixas instrumentais e sons aleatórios previamente
gravados. De um lado a Musique Concrète
(difundida pela Radiodiffusion Télevision Française, em Paris). Do outro lado
da fronteira a Elektronische Musik (difundida pela Westdeutcher Rundfunk, em Colônia) se
desenvolvia quase que em paralelo. Eram os primórdios da atual Música Eletrônica.
Esses trechos eram essencialmente voltados para a Música Erudita, escola
musical marcante do continente. Depois de alguns anos o gênero foi adotado pela
música popular e até hoje lança grandes hits e músicos.
Continua...
Musiquem-se!
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